Esporte promove saúde e socialização na UFU

Programa "Segundo Tempo" oferece aulas de modalidades esportivas e abre caminhos no mundo esportivo

Por: Felipe Pirovani, Gabriel Augusto e Murilo Cardoso

Foi unanimidade entre as crianças que a oportunidade de descobrir um esporte novo como o rugby é muito animadora. | Foto: Gabriel Augusto

O Programa "Segundo Tempo", uma iniciativa nacional, está presente na UFU e é coordenado pela Divisão de Esporte e Lazer (Diesu). Ele promove a inclusão de atividade física entre diferentes grupos sociais, ao oferecer aulas de Futebol de Campo e Rugby para crianças e adolescentes de escolas públicas locais e Judô, Natação e Atletismo para a comunidade universitária.

O programa funciona através de uma parceria do Ministério do Esporte com os governos estaduais e municipais, e tem como principal objetivo garantir a democratização do acesso da população ao esporte e lazer de qualidade. O projeto também busca diminuir a vulnerabilidade social, a evasão escolar e universitária, e o aumento da inclusão e do respeito às questões de gênero, orientação sexual, raça, etnia e religião.

Esporte e saúde  

Andrea Alves é mãe de Gustavo, um dos alunos que participa desde o início do projeto. Ela ressalta a diferença na qualidade de vida do seu filho após o início das atividades. “O projeto tirou ele do sedentarismo; ele precisava da prática de esportes”, relata. O uso excessivo de aparelhos está diretamente ligado ao sedentarismo, pois, atualmente os jovens passam cada vez mais tempo no celular e, consequentemente, menos tempo praticando atividades físicas.

“Nos exames médicos, ele estava com o colesterol alterado. Depois dos esportes e a mudança na dieta, os resultados melhoraram”, afirma Andrea. A infância é um período de formação social e física, e a prática de atividades físicas é uma aliada importante nesses dois aspectos da vida da criança e do adolescente. “Se ele não estivesse no projeto, com certeza estaria em casa, parado e assistindo à televisão”, conclui Andrea.

Outra mãe beneficiada com o projeto é Terezinha de Sá, que destaca o privilégio de ter Gabriel, seu  filho, matriculado em um projeto gratuito e de qualidade. “Vimos isso como uma chance de mudança de vida. Ele estava muito inativo, o que afetava sua saúde. A oportunidade surgiu em um momento crucial de sua formação. Não tínhamos outras opções para ele”, relata.

Gabriel tem hipotonia primária, relacionada ao comprometimento das estruturas que compõem a unidade motora. Sua mãe menciona como o esporte ajuda no tratamento. “Para ele, fez uma diferença enorme. Ele estava acima do peso e melhorou sua coordenação motora, afetada pela hipotonia e teve a oportunidade de interagir com outras crianças fora da escola”, reforça.

Novos vínculos

Os professores além de prepararem as aulas e cuidarem da divulgação do projeto, eles organizam atividades extracurriculares e dias especiais. | Foto: Felipe Pirovani

Com a pandemia, muitas crianças acabaram ficando em casa, privadas de uma parte importante de suas vidas: a socialização. Nesse contexto, o Programa "Segundo Tempo" assume um papel crucial, ao promover a interação entre as crianças e adolescentes, além de estimular a formação de novas amizades. Os professores e monitores envolvidos no projeto dedicam-se a essa missão, reconhecendo o valor do esporte não apenas na construção de hábitos saudáveis, mas também na inserção social dos participantes.

Gabriel compartilha sua experiência ao ingressar no campus de Educação Física da UFU por meio do projeto. Ele revela ter feito muitos amigos, incluindo Gustavo e destaca que o ambiente é acolhedor e divertido. Gustavo também expressa sua satisfação com os esportes praticados no "Segundo Tempo", especialmente o Rugby, uma modalidade pouco comum no Brasil, que desperta o interesse das crianças graças ao empenho dos professores.

Outro aluno do projeto, Luiz Fernando, que nutre o sonho de se tornar jogador de futebol profissional, além de participar do projeto, também pratica esportes em outros dois lugares. Ele destaca a importância das amizades feitas no "Segundo Tempo", que o incentivam a perseguir seu objetivo de se tornar um atleta de destaque.

Visão técnica

Eduardo Henrique é o professor responsável pelo projeto em Uberlândia. Formado em Educação Física, foi também beneficiário do "Segundo Tempo" e descobriu sua vocação para a vida através do contato com o esporte proporcionado pelo projeto. 

O educador é encarregado da divulgação do projeto, visitando escolas na cidade para preencher todas as vagas oferecidas pelo programa. Eduardo destaca a importância da relação entre o esporte e a sociedade e afirma que a prática esportiva na infância pode ser um meio de transformação social. Além de aprender as técnicas de cada modalidade, são lições que se levam para toda a vida. O hábito de uma vida saudável acompanha a formação em outros aspectos da sociedade.