Por: Carolina Lemos
Outro dia em que ela se encontra embaixo da mesma luz
branca e serena
Com os livros abertos, se pergunta o que a faz sentir tão pequena
Carregando pesos que machucam seu corpo
De que vale esse esforço?
Mais um dia ela se questiona, se é por si mesma ou por validação
Essa busca por subir ao topo e, no caminho, ser consumida pela hesitação
Se vê exausta de perder a camuflada competição
E de ter como sua íntima companheira, a confusão
Ela, que sempre foi tão autoconfiante, perdeu sua essência
Esqueceu da vida além, não sabe mais quem é ou deixa de ser
Mergulha numa pressão que a faz questionar sua inteligência
E isso é tudo o que ela se deixa conhecer
A calma que exibe é apenas mais uma máscara frágil
Escondendo a vulnerável criança que habita dentro de si em silêncio
Lutando contra ela mesma em pensamento e afundando no mesmo lamento
De saber que vai desmoronar a qualquer momento
A cada decepção consigo, ela esquece um pouco mais de sua história e de suas conquistas
Ela se vê sendo empurrada em um perpétuo vão
Sob o peso das próprias expectativas
Que a impede de ver sua aptidão
“Eu mereço estar aqui?
Eu fiz a escolha certa?
Eu não consegui
Me sinto tão incerta
Incerta para este lugar
Diante dessas mesmas pessoas
Que me fazem diminuir e amargar
Mas que parecem tão preciosas…
Queria me sentir pertencente novamente
E conseguir abandonar o desespero
Mas por mais que eu tente
Tudo parece tão sombrio e austero”
Quando olhou no relógio, já era meia-noite
E viu que sequer tinha tempo para questionar sua verdade
Sendo a esperança tudo que a restava
Para mais um dia exaustivo de universidade
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