Por Guilherme Amaral
Peter Parker sempre foi um garoto inteligente, o que, somado ao número de contatos que tinha de pessoas que trabalhavam em grandes empresas, lhe garantiria um emprego bastante rentável, suficiente para dar aos tios uma qualidade de vida melhor. Sim, Peter foi criado com os tios pois perdera os pais enquanto ainda era bem novo. O jovem que sofria bullying, simplesmente por ser inteligente, daria a volta por cima quando se tornasse dono de uma multimilionária. Tudo isso poderia ter acontecido, se não fosse por uma exposição científica.
Peter foi picado por uma aranha radioativa exibida nesta exposição, mas ao invés de ter a mão necrosada, o garoto passou a ter o poder de escalar paredes. E não só isso, a picada lhe garantiu força sobre-humana, habilidades para dar grandes saltos e reflexos que o ajudariam a prever o perigo. Todo esse poder poderia ser mais uma peça para ajudar Peter a alcançar o sucesso pessoal e profissional, mas ele estava destinado a experimentar, da pior forma, as consequências do individualismo.
O agora super-humano usou de seus poderes para conseguir dinheiro fácil participando de um torneio de luta-livre. Depois de sua vitória desonesta e inesperada para os donos da competição, Peter recebeu apenas parte do prometido, o que causou sua ira e mostrou seu lado irônico, quando decidiu não ir atrás do bandido que assaltou o local logo após o fim da luta. Mais tarde, ele descobriria que aquele mesmo bandido matou seu tio para roubar o carro que dirigia.
“Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. A frase que tio Ben sempre lhe dizia, agora ecoava em sua mente e formava seu senso de justiça. Aqueles eram os primeiros passos do Homem-Aranha. Esqueça a multimilionária, esqueça os desejos individuais, Peter Parker deixa de se preocupar apenas com sua vida e de seus familiares para proteger a de milhares, sendo o novo amigo da vizinhança de todos.
Longe de ter uma personalidade perfeita, Peter passa a se cobrar muito, nos relacionamentos, nos trabalhos e, principalmente, na vida como Homem-Aranha. Essa dualidade que mais que dobrou suas preocupações, deixou tudo mais caótico. Com a violência e o perigo nas ruas crescendo na cidade de Nova Iorque, o garoto tinha cada vez menos tempo para lidar com sua vida pessoal.
Conseguiu trabalhar como fotógrafo de si mesmo, alegando ser amigo do Homem-Aranha, o que lhe permitia tirar as melhores fotos. Mentira, mas a sua identidade não poderia ser revelada. A fama do novo herói cresceu rapidamente e muitos criminosos o queriam morto, imagina o que não fariam com sua família. Trabalhar com fotografias, porém, não dava muito dinheiro.
Ao longo de seus anos como super-herói, Peter viu muitos que amava morrerem em suas mãos e se perguntou diversas vezes se sua sina era uma benção ou uma maldição, mas nunca desistiu. Ele é poderoso demais e suas responsabilidades são grandes demais. Peter Parker, o Homem-Aranha, adotou a frase de seu tio como um mantra que o ajuda a salvar mais e mais vidas e proteger aqueles que ama.
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