Por Lyege Evangelista
Desde o início do período de confinamento, em março de 2020, milhões de pessoas estão presas em casa. Elas estão à espera de uma vacina para um vírus microscópico, mas que faz um estrago enorme -- ceifando milhares de vidas e devastando incontáveis famílias. A covid-19 ainda representa um problema sério em boa parte do mundo e, mesmo com a corrida pela vacinação, o medo ainda é constante. E a desesperança também.
O sistema de saúde está sobrecarregado: UTIs com quase 100% da capacidade de ocupação, profissionais que atuam no combate ao novo coronavírus exaustos física e mentalmente, hospitais públicos procurando vagas para seus pacientes na rede particular (e vice-versa). O que antes era o país da felicidade, do futebol e do carnaval se tornou um reduto de altos índices de mortes diárias. Segundo dados do Boletim extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz, o Brasil passa pelo maior colapso sanitário e hospitalar da história. Com quase todos os leitos ocupados, agora quem precisa de tratamento contra o vírus tem que esperar por uma vaga na fila da “morte” -- e torcer para que esse não seja o seu destino também. Isso tudo leva cria questionamentos: até quando? E onde está a vacina?
Enquanto os outros países estavam na corrida para a compra da imunização para o seu povo, optamos por não comprar doses e esperar para ver o que aconteceria. E a situação só piorou: em março, passamos a marca de 300 mil mortos e superamos, em várias ocasiões, as três mil mortes diárias. Para piorar, o preço dos alimentos passou por uma alta no momento em que as pessoas mais precisavam.
A chave para a redução do alto número de mortes certamente está na vacina, que ainda é uma das maiores esperanças da população brasileira. Porém, mesmo com todo o avanço da vacinação de idosos e profissionais de saúde no país, estamos longe de atingir uma boa marca de vacinados: até o fim de março, somente cerca de 7% dos 212 milhões de brasileiros foram imunizados.
A solução para o problema parece complicada, mas é simples: além de investir mais na campanha de vacinação, fechando acordos de compra com os laboratórios nacionais e internacionais que produzem imunizantes, o governo deveria criar mais políticas públicas de amparo à população. Só assim o Brasil sairá do colapso em que se encontra.
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