Chegamos ao fim da temporada de futebol feminino no Brasil
Por Ítana Santos
A maioria dos clubes de futebol feminino do Brasil já deram início às férias. Se não fosse o mais novo campeonato do calendário sul americano, a Ladies Cup, que está acontecendo agora, entre os dias 12 e 19 de novembro, já poderíamos falar que a temporada brasileira está oficialmente encerrada.
Os campeonatos mais tradicionais já acabaram. É o caso do Brasileirão, a Libertadores e os estaduais, e com eles também fechamos mais um ano histórico para a história do futebol feminino aqui no Brasil e de quebra, mais uma vez, também para a história do Corinthians.
Aproveitando que ele foi citado por aqui, vamos começar falando sobre o campeão de tudo que jogou nesta temporada: o Corinthians. O time comandado pelo técnico Arthur Elias ergueu mais uma taça na última quarta-feira, 8. A equipe alvinegra bateu o São Paulo por 3 a 1 em Itaquera, no jogo de volta da final do paulistão. O Corinthians tinha saído com a desvantagem de 1 a 0 do Morumbi para a equipe tricolor no primeiro jogo da final, disputado no sábado, 4. As minas do timão tiveram, então, que buscar a virada em casa e conseguiram, tornando-se tricampeãs paulistas.
O jogo foi do mais alto nível do nosso futebol. As duas equipes foram ao seu extremo para alcançar a conquista, mas quem se saiu melhor foi o Corinthians que fechou um ano perfeito. O gol da Adriana que saiu aos 45min do segundo tempo, literalmente, após uma jogada coletiva da equipe, fez que o time da zona leste paulista, já tricampeão do Brasileirão e tri da Libertadores, conquistasse o tri do Paulista. Essa é a primeira vez, na história do futebol feminino brasileiro, que um clube alcança a tríplice coroa.
Para tornar a noite do dia 8 de dezembro ainda mais histórica, mais um recorde foi batido. A festa na Neo Química Arena contou com, nada mais nada menos que, 30.077 torcedores. Este número é recorde de público numa partida de futebol feminino entre clubes no Brasil. O último recorde de público também era da final do Paulistão, no clássico majestoso de 2019, também na casa do Corinthians. Foram cerca de 29 mil pessoas presentes naquele ano.
Só lembrando que, como o jogo era um clássico paulista, só é permitida a entrada dos torcedores do time mandante. Então, imagina só, caro leitor, se não fosse essa lei quantas pessoas estariam no estádio em plena quarta-feira, às 21h, para assistir àquela final?!
Para completar ainda mais as comemorações, quanto aos avanços do futebol feminino no nosso país, não podemos nos esquecer que este foi o ano com mais transmissões de partidas dos principais campeonatos. Nenhum dos jogos do Brasileirão e Libertadores sofreram apagão, muitos deles foram em canais de TV aberta e fechada, além da maioria dos estaduais também contarem com alguma forma de transmissão.
E não paramos por aí com os marcos históricos, hein! Esse ano também foi a primeira vez que o evento Bola de Prata, organizado pela ESPN Brasil, premiou o Campeonato Brasileiro Feminino. Entre as atletas eleitas para a seleção do ano, boa parte delas integram a equipe do Corinthians, mas também tem nomes do Palmeiras, São Paulo e Ferroviária. Quem levou a bola de ouro e a artilharia do Brasileirão foi a Bia Zaneratto, que jogou no Palmeiras de abril a junho deste ano. Já o gol mais bonito foi dado a Gabi Zanotti, camisa dez do timão.
Que ano, hein! Que ano para o torcedor corinthiano, para a galera do futebol feminino e para os amantes do esporte. Agora, a maioria entra de férias mais que merecidas, mas como dissemos no começo deste texto, ainda estamos tendo jogos com a Ladies Cup.
A disputa acontece em Santana de Parnaíba-SP e está sendo transmitida pelo SporTV. A grande final será dia 19, deste mês, no Allianz Park. Na corrida por essa taça inédita temos os seguintes times: Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Internacional, Ferroviária, América de Cali e River Plate. Então, as chances de mais algum time brasileiro erguer uma taça até o fim desta semana são grandes.
Não perde a chance de participar da história. Acompanhe o futebol feminino brasileiro. O espetáculo está só começando.
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