Por Janaina Bernardino
PET Conexões de Saberes
Eu conheci o Programa de Educação Tutorial (PET) há 3 anos, aos 20 anos de idade, quando ainda estudava serviço social. Hoje, faço Jornalismo, meu curso dos sonhos, mas isso é história para um outro texto. Desde que eu tive contato com o que de fato significava o projeto, o interesse em participar foi enorme, já que com um grande senso de mudança e com uma extrema vontade de ser uma agente de transformação, sabia que o PET poderia me impulsionar nesse quesito.
Ele seria a minha ferramenta de denúncia, autonomia, potência e o mais importante, de configuração de cenário. Pontuo isso, pois uma das coisas que mais enriquecem o PET, enquanto um projeto MEC, ou seja, um projeto temático, são as premissas levantadas: Incluir e não excluir. Um trabalho de base que se inicia pelas políticas públicas e, consequentemente perpassa pela equidade, igualdade e diversidade.
Para uma menina de periferia e que desde nova sonhou vivenciar e estruturar mobilizações, que de alguma forma, os resultados pudessem retornar para o seu lugar de origem, era o essencial. E ainda é, já que o PET faz essa conexão de Universidade com Comunidade, mesmo as estruturas, por muitas vezes, dizendo que são dois mundos diferentes e até mesmo antagonistas.
Não sei se conhecem, mas sabe aquela frase ‘Contrariando as estatísticas'? pois bem, hoje, enquanto petiana pelo PET Conexões de Saberes - Educomunicação, estou driblando algumas estatísticas que são impostas para pessoas como eu, pessoas pretas. Em paralelo, adoro a frase ‘preta acadêmica’, porque de fato sou e estou trilhando essa trajetória enquanto pesquisadora, uma das ramificações que sempre quis vivenciar na Universidade e que através do PET estou trazendo discussões relevantes para esse mundão.
Uma discussão que diz muito sobre mim, minha mãe, minha avó, irmã e tias e tantas outras mulheres negras que são a base da sociedade brasileira (O resultado tem que voltar para o lugar de origem, lembra?), mas que muitas vezes as interseccionalidades falam por nós. Pesquiso as questões étnico-raciais, com enfoque em raça, gênero e classe social, fazendo um movimento arbitrário a qualquer estigma negativo que perpassa sobre nós, mulheres negras.
O que mais me toca o coração, é estar conseguindo realizar revoluções por meio da educação e que por ironia do destino ou acaso, a minha arma é a escrita. (Por essa o sistema não esperava, não é mesmo?). O sentimento que fica, é que podemos alcançar vôos inimagináveis e que são para a gente sim, por quê não? O PET nada mais é sobre protagonismo, sonhos e possibilidades, e que prazer vestir essa camisa, se empoderar e ter a possibilidade de empoderar o outro também. Ser petiana é isso, o PET é sobre isso!
*Janaina Bernardino é estudante de Jornalismo e integrante do PET Conexão de Saberes - Educomunicação
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