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Guerrilla Girls e o mundo da arte feminina

Por Coletivo Acolhidas


Imagem representação da mulher em museus. Fonte: <a href='https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/tons-de-cinza'>Tons de cinza foto criado por rawpixel.com - br.freepik.com</a>


O coletivo Guerrilla Girls, fundado em 1985, é formado por artistas feministas na luta pela igualdade de gênero no ambiente artístico, principalmente, nos museus. Fato característico do grupo é o uso de

máscaras de gorila para manter seu anonimato e chamar a atenção dos observadores ao encontrar característica tão peculiar no movimento, como destinar o foco em sua causa e não na aparência das que o compõe.


Sua participação das ruas do Reino Unido e New York é evidente, visto que diversos cartazes e panfletos são espalhados pelas cidades trazendo críticas e questionamentos sobre a realidade artística de modo irônico e utilizando de elementos da Pop Art, o qual foi essencial para propagar e chamar a atenção dos expectadores para a causa.


A atuação do grupo já despertou diversos olhares críticos ao redor do mundo, visto que participam de movimentações e exposições ao redor do globo, inclusive ao virem ao Brasil no museu no MASP, em São Paulo no ano de 2017. A intenção do grupo é desmistificar que a presença feminina de fato é característica em museus, visto que, para a maioria dos observadores, a presença de quadros e esculturas femininas pode significar que elas estão naquele ambiente. O que infelizmente se caracteriza como um grande equívoco!


Apesar de a representação da forma feminina ser característica, artistas mulheres no museu de São Paulo representam apenas 6% do acervo total. Diante desse longínquo quantitativo, é fundamental relembrar que, historicamente a profissão artística foi muito menosprezada, fato que recaía ainda mais sobre as mulheres, dado que estas não podiam se quer ter uma profissão, muito menos no ramo das artes.


Além das denúncias acerca da desigualdade de sua presença em museus, o coletivo também expõe casos acerca do machismo no mundo da arte e as diversas atrocidades que muitos pintores e músicos renomados realizaram ao longo de suas carreiras. Tais acontecimentos foram reunidos em um site denominado "The Male Graze", o qual contém informações e dados acerca dos abusos cometidos por homens no mundo da arte.


Outro fato característico do grupo e desperta a visão crítica nos observadores ao consumirem pinturas, esculturas, entre outros em museus é o uso de etiquetas que informem o histórico abusivo de muitos artistas ali presentes, fato reconhecido pelas artistas como de difícil repercussão e acatamento por parte das exposições, principalmente, nos casos daqueles ainda vivos. Contudo, para aqueles que tiverem curiosidade, muito se pode encontrar no site já citado em relação a vida pessoal e relatos de abusos por parte de personalidades conhecidas.


Logo, conclui-se que a abordagem do coletivo é fundamental para desmistificar a presença feminina no âmbito de reconhecimento artístico e promover o pensamento crítico nos observadores diante da realidade e da história por trás de muitas obras, valendo de fato, destinar uma parte do dia para analisar as histórias e relatos coletados pelo grupo.

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