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Inclusão ou marketing: É real o espaço dos corpos gordos nas marcas de moda?

Uma reflexão sobre o fim das Angels na Victoria’sSecrets ser inclusão ou uma tentativa de marketing


Por Wyllorrany Amorim


A marca criada por Rihanna, Savage X Fenty, desde sua primeira coleção já contava com corpos de todos os tamanhos, o que fez com que em 2020 as vendas aumentassem em 200%, segundo a Forbes. Essa inovação na moda fez com que a Victoria’sSecrets entrasse em declínio por manter um posicionamento que ignora mulheres e prioriza corpos quase que irreais.


O discurso novo é em relação ao VS Collective, que vem para substituir as Angels, e assume a demora da marca em reconhecer a necessidade de romper com padrões que reforçam comportamentos não saudáveis: “quando o mundo estava mudando, fomos lentos demais para responder. Precisávamos parar de ser sobre o que os homens queriam e ser sobre o que as mulheres queriam” declarou o CEO da Victoria’s Secrets, Martin Waters. A fala é bastante questionável - ainda mais se lembrarmos do discurso do diretor de marketing da marca, Ed Razek, que declarou que a diversidade é algo que não faz parte do famoso desfile.


As Angels da Victoria’s Secrets. Foto: reprodução

Nos últimos anos, as marcas têm se agarrado muito à ideia de feminismo e outros movimentos sociais quando estão sendo esquecidas, ou precisam desesperadamente de um ato para sua sobrevivência. O ‘cancelamento’ que ocorreu com a Victoria’s Secrets é só mais um que possivelmente pode ser esquecido após o lançamento do VS Collective - já que outras marcas como a Riachuelo que contava com uma única modelo plus size na coleção de 2019 gerou exaltação. O consumidor deveria se atentar a isso, e julgar se o ato foi realmente uma inclusão ou apenas marketing assertivo.


Outra tentativa de marketing ao invés de inclusão que foi muito bem aceito foi a coleção Amigas Intimas da Marisa, que contava com algumas influenciadoras e apenas uma delas usava um tamanho maior. A marca que apresenta corpos dentro do padrão - ou com algumas estrias - ainda insiste em dizer ‘sorriso de quem aprendeu a olhar para se[sic] mesma com olhos de amor’.



Se o consumidor não se questionar sobre o fato de não se ver nas marcas que compra, elas vão manter esse chamado ‘novo branding’ (nova reformulação) como uma forma do público não perceber esse tom preconceituoso, substituído por um discurso qualquer do momento.


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As opiniões expressadas no texto acima são de responsabilidade do repórter e não condizem com o Centro Acadêmico de Comunicação Franklin Tannús em sua totalidade.


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