Por Eduarda Yamaguchi
Ao falarmos sobre moda, logo, nos surgem à mente imagens de vestimentas. Roupas, sapatos e acessórios compõem o imaginário da moda como indumentária e tudo aquilo que ornamenta o indivíduo materialmente. Em sua definição mais básica, a moda é expressão cultural e pessoal, com origem do latim modus, que denomina modo individual de fazer.
Hoje, entretanto, entendemos que a moda é bem mais do que apenas um #lookdodia (que, ainda assim, também é moda!). Sua concepção está relacionada ao âmbito social, com funções de reprodução e transformação da realidade. Ao escolher uma camiseta estampada com uma banda de rock, por exemplo, faço meu manifesto a respeito de gostos e ideais. Com isso, a moda também constitui identidades e grupos de identificação, como os geeks ou os hippies, por exemplo. As roupas, dentro dessas comunidades, agem como manifestações políticas, sociais, econômicas e culturais do movimento.
Assim, moda pode ser também manifestação cultural, já que cria cultura, instaura costumes e modifica tradições, ao mesmo tempo em que se insere em um contexto temporal, histórico e econômico. É formada e modificada por tudo aquilo que a rodeia, recuperando aspectos passados e os realocando no presente, para modificar futuras produções.
Por esse motivo, encontramos, nas passarelas e nas ruas, roupas que nos parecem familiares de outras épocas. A calça pantalona e as mangas bufantes, que, atualmente, estampam as vitrines, voltaram “à moda” depois de anos, mas, agora, com roupagens diferentes e inovadoras de acordo com as tendências atuais. Capaz de ultrapassar espaços, tempos e contextos, a moda narra suas próprias histórias, utilizando-se de aspectos já existentes e criando novos ciclos, com significados diversos e particulares.
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