Por Brenda Mesquita
Grupo Narra
Desde o início do seu governo, o presidente Jair Bolsonaro acumula uma sucessão de ataques públicos à imprensa e a jornalistas. Um levantamento realizado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras mostrou que, apenas no primeiro semestre de 2021, Bolsonaro realizou 87 ataques como estes, 74% a mais que no semestre anterior. E desde o início, a maior parte dos ataques individuais são direcionados a jornalistas mulheres.
Em junho passado, ao ser questionado por uma repórter sobre seu descuido no uso de máscaras, o presidente chegou a responder: “Cala a boca.” Ainda que tenhamos passado por um processo de censura institucionalizado durante a ditadura civil-militar no Brasil, ela ecoa em nosso país hoje, como nesses ataques a meios de comunicação.
Em países como o Brasil e vários outros da América Latina que ainda destrincham, a passos lentos, quais são os reflexos das ditaduras do século XX na atualidade, é extremamente perigoso minimizar ações de opressão por parte do governo. No que se refere ao combate à ação da imprensa, a inverdade e a censura velada passam a ser utilizadas a fim de justificar as suas ações antidemocráticas.
Ainda há tempo de mudar, observando as movimentações políticas e passando a ter um olhar mais crítico sobre os acontecimentos contemporâneos. A censura não acabou, ela é presente, e ataques de ódio às mídias e aos jornalistas são um exemplo disso. Cabe a tod@s nós observar onde ela, de que forma ela se dá, e encontrar formas de lutar contra a sua imposição.
Sabemos que a internet proporciona aos usuários uma espécie de “poder de construção da verdade”. A disseminação de uma enxurrada de informações compromete também o olhar crítico dos internautas. O trabalho da imprensa, como de qualquer setor de nossa sociedade, é cheio de problemas e contradições. Mas em um contexto como o atual, o papel do jornalismo é fundamental em meio a tantas notícias disseminadas sem a devida apuração.
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