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Você sabia que o empreendedorismo no Brasil é Negro?

  • Foto do escritor: Communicare Jr.
    Communicare Jr.
  • 15 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

Por Janaína Bernardino

Communicare


No imaginário social, muitos visualizam um perfil empreendedor padrão: homem, branco, bem vestido, economicamente estável, dono de startups e com ideais tradicionais. No entanto, é preciso desconstruir tal padrão e reconhecer que o empreendedorismo brasileiro é negro. Não, por uma lógica de oportunidade, mas sim de sobrevivência. Estamos há 133 anos empreendendo e isso está altamente ligado a escassa falta de oportunidades que levam, nós pessoas pretas, à informalidade.


Foto: Freepik/wayhomestudio

No cenário brasileiro, essa questão não se faz de forma isolada, a maior parte do ecossistema empreendedor é constituída por pessoas pretas. No entanto, diferente do padrão imposto e exposto, o empreendedor preto parte para este modelo devido uma estrutura pautada na exclusão social e potencializada pelo racismo, que são configurados cotidianamente para invisibilizar nossa individualidade e as principais demandas. Dessa forma, empreender é um mecanismo arbitrário à exclusão financeira.


Ao fazer uma viagem no tempo, mulheres negras, após a abolição para manter sua família de pé, ofereciam serviços de culinária, costura e lavagem de roupas, fatores que perpassavam pela necessidade de liberdade e sobrevivência. Nada muito distinto do que se passa hoje, mulheres negras, desempregadas, na pura sevirologia, encontram no empreendedorismo uma forma de manutenção à vida, o famoso vender hoje, para comer amanhã. O empreendedorismo está enraizado em nossas tradições, como algo ancestral, passando de geração a geração.


Ainda que a curtos passos estamos avançando, é necessário sairmos do empreender por necessidade para a oportunidade. Nunca nos faltou criatividade, inventividade e potência, mesmo que por muito tempo fomos desumanizados, invalidados e desacreditados. Que possamos construir um cenário alocado em espaços antirracistas para evidenciar a nossa economia criativa e disruptiva. Sem esquecer da sagacidade do empreendedorismo negro de quem veio antes e ter em mente que nós, também, podemos ser o perfil tangivel de empreendedor.


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